BemDitasPalavras

17.4.06

Flamengo, Flamengo, volte para mim.

Peço permissão a mim mesmo dentro deste espaço para falar de algo que aos olhos daqueles que se encontram diante da tela, que não a minha, possa parecer texto fora de contexto. Parece, mas não é. Normalmente uso das lacunas e desatenções de minha timidez para dizer coisas que possam exprimir minhas paixões, ou no mínimo paixões alheias, que sem pedir permissão invadiram ou invadem minha mola-mestra, o coração. Preciso desafogar um grito que procura por onde espalhar-se e não encontra ressonância e nem a solidão completa, para que ao menos pudesse ecoar e retornar aos meus ouvidos numa nota diferente. Preciso falar de minha primeira paixão: o Flamengo. Que momentos tristes e desafortunados meus olhos e sentimentos passaram ontem, ao assistir ao jogo do Flamengo contra o time do São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro de 2006. Nossa, que sensação desanimadora! Os "jogadores" do Flamengo pareciam um bando de pessoas de países diferentes, que não falavam a mesma língua, donos de habilidades em esportes distintos - retirem o futebol de qualquer rol que possa ser imaginado - jogadores estes que aparentemente nunca se viram; pareciam estar ali diante um do outro pela primeira vez. Um horror! O Flamengo é uma instituição amada e reverenciada por mais de trinta milhões de pessoas, merecia mais respeito por parte de sua diretoria, a fim de que esta convencionasse um time mais próximo da estatura que sugere o manto rubro-negro. Para formar um time com no mínimo mais garra e capacidade técnica do que o que ontem se apresentou no Estádio do Morumbi, não é preciso gastar dinheiro. Basta procurar por jovens flamenguistas freqüentadores de peladas de várzea, que estivessem dispostos a jogar em estádios com público, vestindo a camisa do Flamengo, que iria chover interessados com muito mais competência do que aqueles que ontem envergonharam mais uma vez nossa imensa torcida. A impressão que ficou da partida de ontem, onde o São Paulo jogou à 20km/h, é a de que finalmente o ano do rebaixamento à Segunda Divisão chegou. Não ficou nenhum fiapo de esperança nesse ou naquele jogador para que nele pudéssemos depositar alguma confiança. Um bando! Não, um bando não. Bandos são organizados, voam para o mesmo lado, ou participam da mesma ação, ao assaltar bancos e diligências. O Flamengo ontem foi uma zorra desenfreada e sem vínculo consigo mesma. Abra o olho diretoria do Flamengo, esquecer de político corrupto é fácil, esquecer-se dos dirigentes que levarão o mais querido time de futebol do país ao rebaixamento...isso ninguém esqueceria. O Flamengo precisa voltar a ser a paixão mística de sua história e de sua camisa, como uma nuvem lúdica, à plainar já na saída dos ventres onde aguarda seus futuros devotos. O Flamengo precisa voltar a apaixonar sua torcira. O Flamengo não é aquilo que se viu ontem em São Paulo, o Flamengo precisa voltar.

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